Diana Andringa
Salomé Martins Leal
Paulo Martins
Rúben Martins
O 25 de Abril deixou uma marca indelével na forma de fazer jornalismo! O fim da censura, que servia criteriosamente o regime e oprimia o exercício livre da profissão aos jornalistas, foi fundamental para consolidar um aspeto fundamental em democracia: o escrutínio livre dos poderes públicos e o acesso alargado à realidade vigente, mesmo além-fronteiras. Não há dúvida de que criação da consciência cívica e a formulação de convicções que lhe é subjacente, está em grande medida ligada ao acesso a informação livre e rigorosa, comunicada de forma ética e independente, pelo que o papel do jornalismo é fundamental na construção e preservação de uma democracia salutar.
Hoje a realidade é bem diferente, mas há preocupações que persistem e outras que têm vindo a emergir nos últimos tempos. O controlo dos grupos de comunicação por parte de “entidades fantasma”, a proliferação de notícias falsas, as redes sociais que as veiculam, a precariedade na profissão e a completa ausência de critérios editoriais imparciais em muitas redações está a enfraquecer o exercício incondicional do jornalismo livre e rigoroso, comprometendo aquele que é uma das “pedras angulares” da democracia. Estaremos preparados para o boom da inteligência artificial na criação e veiculação da informação? Estaremos a ser informados ou somos marionetas de interesses económicos fantasma?
Quem escrutina o exercício ético do chamado “quarto poder”? E quais poderão ser os limites do razoável desse escrutínio? Para a quarta conversa deste ciclo, o Comissariado Cultural convida: Diana Andringa, doutorada em Sociologia pelo ISCTE, jornalista da RTP (1978 – 1998), Presidente da Direção do Sindicato de Jornalistas (1996-1998), subdiretora da RTP2 (2000-2001), presa política pela PIDE; Salomé Martins Leal, licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho, redatora do Polígrafo, colaboradora no Viral Check; Paulo Martins, doutorado em Ciências da Comunicação, Jornalista, professor Auxiliar no Instituto de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP – Universidade de Lisboa), editor do livro “Ética em Comunicação: reflexões e aplicações empíricas”; Rúben Martins, doutorado em Ciências da Comunicação pelo ISCTE, professor na Universidade Autónoma de Lisboa, Universidade Lusófona e na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, jornalista do PÚBLICO e correspondente do espanhol elDiario.es.