Estado e Liberdade: impacto na transformação da economia em 50 anos de democracia

O 25 de Abril foi um marco para a economia em Portugal, abrindo caminho para uma série de transformações significativas e um novo horizonte para o desenvolvimento económico e social do país. A nacionalização de setores estratégicos, a criação de uma economia mais inclusiva e o crescimento do papel do Estado marcaram os primeiros anos de democracia, estabelecendo novas bases para a criação de políticas públicas e fortalecendo o papel dos trabalhadores na economia. Mais tarde, a integração de Portugal na política comum europeia, bem como a entrada no Euro, provocaram alterações significativas no panorama da economia política e financeira, e uma onda de privatizações vieram novamente alterar o domínio do Estado em alguns setores estratégicos.

Apesar da esperança por uma sociedade mais coesa e igualitária ressoar por todos os cantos de uma jovem democracia, muitos desafios persistem até hoje, com a necessidade de repensar a igualdade de oportunidades e o combate à pobreza sistémica, a sustentabilidade dos recursos, e a resposta da economia portuguesa às mudanças globais. A transição para uma economia mais verde, a digitalização, a precariedade laboral e o envelhecimento populacional são apenas alguns dos temas que configuram as questões atuais. Num contexto onde as crises financeiras e o aumento da dívida pública continuam a assombrar, questiona-se: será que estamos preparados para os desafios de uma economia que muda cada vez mais rapidamente? Como garantir um crescimento que seja verdadeiramente inclusivo e sustentável? Quais são os setores económicos mais estratégicos para Portugal?

Para esta quinta sessão do ciclo de debates, o Comissariado Cultural convida: Eugénia Pires, economista investigadora em economia política e finanças, autora do livro “Crisis in the Eurozone”, João Rodrigues, economista, professor e investigador na Universidade de Coimbra, autor do livro “O neoliberalismo não é um slogan – Uma história de ideias poderosas”, e Carlos Brito, economista, ex-professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, e ex-membro do Conselho Coordenador da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social –, que estarão connosco para discutir a situação atual da economia portuguesa, refletindo sobre o passado e o futuro, e oferecendo uma análise crítica e profunda das políticas que moldaram e continuam a moldar o país.